Um dos pratos mais saborosos e populares entre os brasileiros pode ter variações que poucos imaginam. O quase sagrado feijão que todos os dias está à mesa pode ser repleto de novos sabores e benefícios. Você já experimentou o feijão azuki?
Trata-se de uma leguminosa originária do Japão e muito consumida nos países orientais e também no Canadá, nos Estados Unidos e até na Argentina. Para o Brasil, esse feijão foi trazido pelos imigrantes japoneses.
Razões para experimentar o feijão azuki
Entre os inúmeros benefícios do feijão azuki para a saúde, destaca-se a capacidade de controlar os níveis de açúcar no sangue, como explica a coordenadora do curso de Nutrição da Universidade Anhanguera de São Paulo, unidade Santo André, Maria de Souza Carvalho Rossi.
Se compararmos a composição nutricional do feijão azuki com o feijão carioca, o azuki possui um maior teor de proteínas, carboidratos, magnésio, fósforo, ferro, potássio, cobre, zinco, vitamina A, D, ácido fólico e vitaminas do complexo B.
O seu teor de fibras é um pouco menor, quando comparado ao feijão carioca, mas ainda assim apresenta bons índices para a composição nutricional dessa leguminosa.
Além disso, o feijão azuki apresenta um teor importante de compostos bioativos, como as pró-antocianidinas. “Estes compostos possuem ação antioxidante e auxiliam nosso organismo à combater os radicais livres, podem auxiliar também na prevenção de alguns tipos de câncer e têm ação anti-inflamatória”, diz a nutricionista.
Os compostos bioativos estão concentrados principalmente na casca vermelha do feijão, que pode ser preparado da mesma forma que o feijão tradicional.
Feijão azuki controla glicemia
Segundo Maria, os benefícios do azuki são bem semelhantes aos de outras leguminosas, ou seja, este tipo de alimento tem uma baixa índice glicêmico. Isso quer dizer que auxilia no controle da glicemia pós-prandial, ou seja, a quantidade de açúcar (glicose) no sangue após comermos um alimento.
Se o alimento tem alto índice glicêmico, quer dizer que teremos um alto teor de glicose no sangue com o seu consumo, fazendo com que tenhamos uma sobrecarga de insulina.
Por outro lado, se o alimento é de baixo índice glicêmico, a glicose é liberada numa menor velocidade no sangue, não havendo a sobrecarga de insulina. Com isso, a glicemia fica mais controlada auxiliando no controle da saciedade e, consequentemente, do peso.
É importante ressaltar que esse benefício não é só do feijão azuki, mas da maioria das leguminosas. “Elas possuem também um teor importante de fibras solúveis, que auxilia no controle da saciedade, pois absorve água e forma um tipo de gel, que reduz a velocidade da digestão no estômago e pode reduzir a absorção de gorduras e carboidratos no intestino”, completa Maria.
Um estudo realizado com mulheres jovens japonesas em 2008, indicou que o consumo de suco de feijão azuki, 150g por dia, pode auxiliar na prevenção de hipertrigliceridemia.
Alguns estudos com ratos apontam que o consumo desse feijão pode atenuar o estresse oxidativo e inflamação vascular durante a progressão da hipertensão, e isso pode conduzir a uma melhoria no tratamento da pressão alta.
Outros estudos também em ratos indicaram que o consumo de feijão azuki pode prevenir nefropatias em ratos diabéticos. “Ainda há muito que se pesquisar para se descobrir os reais benefícios do azuki, contudo, os resultados existentes são animadores”, conclui.
O importante, ressalta, é sempre manter uma alimentação variada e balanceada para se aproveitar os inúmeros benefícios que todos tipos os alimentos ofertam, e nunca manter a alimentação focada em um único alimento tido como “milagroso”.
Que tal uma salada de feijão azuki?
Ingredientes:
– 2 xícaras de feijão azuki cozido
– 1 tomate picadinho
– 1/2 pimentão vermelho picadinho
– 1/2 cebola picadinha
– 1 dente de alho picadinho
– 1/2 xícara salsinha picada
– pimenta a gosto
– sal a gosto
– azeite
– aceto balsâmico
– 1/2 abacate fatiado.
Modo de preparo:
Misture todos os ingredientes numa tigela, menos o abacate. Leve à geladeira por cerca de 30 minutos. Na hora de servir, acompanhe com o abacate.
Fonte: Doutíssima